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O Mar e o Sucesso

Olá! Nesta publicação deixo-lhe uma analogia entre o mar e o sucesso, uma palavra que pode ter muitas interpretações, mas que certamente é importante para toda a gente.


Eu sou uma pessoa apaixonada pelo litoral, pela areia, pelas arribas e pelo mar, pelo que sempre que posso, aproveito o período das férias para ir para a praia com a família.


Num dos incontáveis dias em que mergulhava no imenso oceano Atlântico, em praias do Algarve, apercebi-me de que a entrada nas suas águas não está muito longe, comparativamente falando, do alcance do sucesso.

Para este texto, utilizo o termo "sucesso" como "resultado de ação ou empreendimento", isto é, como o alcance, a realização, das nossas metas e objetivos a curto, médio e longo prazo. Por exemplo, pretender acabar de ler um capítulo de um certo livre e conseguir; querer ser advogado e conseguir; etc.


Mas voltando à praia, sim, vejo o alcance do sucesso como a entrada no oceano.


Passo a explicar...


O processo de “ir ao mar” pode ser dividido em várias pequenas partes:


Primeiro, estamos na areia e decidimos ir dar um mergulho, irmo-nos refrescar do calor. Podemos seguir o caminho que objetivamos e levantarmo-nos da nossa toalha e andarmos em direção à água, podemos ter preguiça, resignando-nos ao conforto da toalha ou até desculparmo-nos com o tempo, afirmando que este não está quente o suficiente para "a molha".

O caminho para o sucesso também começa assim, connosco a visionar algo, a objetivar um futuro que decidimos que seria o nosso, o qual sentimos que nos faria felizes e realizados. Daí, podemos descobrir o caminho que nos leva ao esse "Santo Graal" e segui-lo, podemos manter a vida que temos (melhor ou pior), à qual estamos habituados e confortáveis, mesmo que não nos realize, ou pior, focarmo-nos nas dificuldades e nas mil desculpas que podemos facilmente arranjar e mentalizarmo-nos de que "nunca vamos conseguir lá chegar".


Depois, quando colocamos pela 1ª vez os pés nas águas frias, todo o corpo se arrepia. Podemos esperar que os pés se habituem, para entrar um pouco mais, ou podemos desistir e voltar para trás.

Calculo que a analogia com o sucesso seja óbvia.


Ainda muito no início do nosso caminho, perto da areia, quando a água ainda não nos chega à cintura, deparamo-nos com a zona de rebentação, a impiedosa porção do mar que nos molha quando não estamos preparados, sem sequer nos perguntar ou se preocupar com isso. É aí que muitos se assustam, vacilam, se magoam e voltam para trás. Se já entrámos naquelas águas antes, sabemos que esse ataque hidrodinâmico é apenas uma fase muito passageira, necessária de passar para chegarmos onde queremos, e, por isso mesmo, enfrentamo-la confiantes, de cabeça erguida, com mais ou menos frio, com mais ou menos dificuldade, mas avançamos. Já se não conhecemos as águas, podemos não ter a noção de que dando um ou dois passos em frente a turbulência vai passar, sobretudo se formos novos. E, aí, ou voltamos para trás ou somos audazes e avançamos, quer pelo foco no objetivo de ter água pela barriga quer por termos alguém em quem confiamos mais à frente, a garantir-nos que onde está não há rebentação, que as ondas são suaves e a água é favorável.

No início da nossa jornada rumo ao sucesso acontece exatamente a mesma coisa. Por sermos inexperientes e cometermos mais do que gostaríamos (toda a gente os comete, mesmo os “experts”), o caminho que escolhemos seguir pode não começar da forma mais fácil (se for muito fácil pode ser mau sinal, mas isso é outra conversa...), podemos não ter os meios necessários, o apoio necessário, os conhecimentos necessários, a experiência necessária… podemos sentir-nos completamente perdidos. Nessa altura, há sempre a hipótese de desistir e dizer que aquele caminho não é para nós (o que não é negativo, se não for mesmo o nosso caminho... se for, é um desperdício) ou de ser resiliente e procurar soluções, procurar conhecimento, procurar tudo o que acharmos necessário ter e ser para seguir em frente. Podemos mesmo apoiar-nos nos chamados “mentores”, pessoas que estão onde queremos chegar e que sejam da nossa confiança, para nos avisar das armadilhas existentes, partilharem a sua experiência e nos indicarem as melhores formas de chegar onde queremos.


Finalmente, quando passamos a zona de rebentação, já mergulhamos facilmente, o nosso corpo está completamente habituado à água e sentimo-nos em fluxo, como se tudo tivesse valido a pena até então: estamos livres, estamos frescos, estamos onde queríamos.

Esta é a fase do sucesso na qual estamos totalmente na nossa zona, na qual os desafios estão ao nível das nossas capacidades e movemo-nos como prós, porque não há outra coisa que pudéssemos estar a fazer.


E pergunta-me: mas se estivermos muito tempo na água, uns mais outros menos, começamos a ficar, no mínimo, com frio e com uma vontade enorme de voltar para a areia.

E eu digo-vos: pois é, é verdade. E, pelo que acredito e tenho lido, o sucesso também é assim. Se queremos estar uma vida inteira “em fluxo”, temos de sair dessa zona por alguns períodos, para que a consigamos manter. Parece um paradoxo? Mas não é. Quando estamos a fazer aquilo que nascemos para fazer, somos inevitavelmente bons nisso e queremos ser excepcionalmente bons nisso (ex: médicos, professores, taxistas, limpa-vidros, etc), e uma das melhores formas de o conseguimos é acompanhando o mundo, sabendo o que as outras pessoas pensam, fazem, as suas culturas, as suas ideias, que outras áreas existem além das nossas... Este conhecimento, esta visão global, ganha-se saindo da nossa fortaleza e ir vendo as ruas, colocando-nos um pouco fora da nossa zona de conforto e, talvez, até passarmos por novas zonas de rebentação, para voltarmos à nossa missão renovados, energizados e mais fortes.


Voltando ao mar, estando nós dentro de água, se nos afastamos demasiado, podemos ser apanhados numa corrente de agueiros e puxados para longe com consequências trágicas.

Como isto se aplica ao sucesso? Tudo se resumo a uma palavra: autoconhecimento. Nós devemos conhecermo-nos ao ponto de sabermos exatamente qual é a nossa “zona de fluxo”, para não nos entregarmos ao tédio da facilidade nem ao stress da incapacidade. Se fizermos menos ou mais do que o nosso "melhor eu" ou nos desviarmos da nossa missão, sofremos, física, emocional e/ou espiritualmente. É tão simples quanto isso.


O que achou deste texto?


Espero que tenha gostado.



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